Um Jornal a Serviço do Brasil
O tema já foi postado aqui no Conversa de Bar, mas gostaria de retomá-lo por conta dos desdobramentos que teve. No último sábado, parentes e amigos de vítimas do Regime Militar, que a Folha de S. Paulo chama de "Ditabranda" no editorial de 17 de Fevereiro, organizaram um protesto em frente a sede do jornal, no Centro de São paulo. "Se a ditadura foi branda, porque nossos amigos não estão aqui, conosco?" Perguntava, emocionado, Toshio Kauamura, fundador da CUT (vídeo). Não estive na manifestação, mas acompanhei em blogs como O Descurvo, de Hugo Albuquerque, que esteve presente.
Talvez por temer que o arranhão vire uma cicatriz permanente, a Folha vem fazendo um mea culpa abrindo espaço para críticas, como o artigo do Sociólogo Marcelo Ridente, publicado ontem. Nele, o sociólogo lembra que "a ditadura foi instaurada em nome da democracia - supostamente ameaçada", e "Nunca se assumiu como ditadura", que o regime só resistiu por vinte anos porque recebeu o apoio de amplos setores da sociedade e que se outras ditaduras foram ainda mais cruéis é "porque enfrentaram maior resistência". Diz o professor, que termina dizendo que "Reconhecer que a "ditadura à brasileira" teve ambiguidades e fases distintas (...) não a torna menos ditadura".
No mundo todo a imprensa perde espaço para portais de notícias independentes e blogs. Por aqui esse movimento ainda é tímido, mas a queda de algumas máscaras pode reforçar essa tendência. Sem querer a Folha acaba de prestar um grande serviço ao Brasil.
No mundo todo a imprensa perde espaço para portais de notícias independentes e blogs. Por aqui esse movimento ainda é tímido, mas a queda de algumas máscaras pode reforçar essa tendência. Sem querer a Folha acaba de prestar um grande serviço ao Brasil.
2 comentários:
Eduardo,
Obrigado pela deferência e desculpe só ter comentado agora (passei uma semana caótica e só tive tempo de cuidar d'O Descurvo mesmo). Sobre esse tema, é o paradoxo que envolve ao mesmo tempo o movimento de tranformação da relação entre informação e poder - em benefício dos grupos de mídia - e o fim próximo dos jornais. Por enquanto, boa parte das informações passa pela mídia impressa, portanto, diante de seu próximo fim e de seu momentaneo poder, surgem situações como essas, quase um espasmo da aristocracia decadente da França pré-revolucionária. É um momento curioso e ao mesmo tempo perigoso.
Como eu disse lá n'O Descurvo, link, o que quiser e pode pegar as fotos a vontade - e, novamente, desculpe pela demora na resposta.
abração
Hugo,
Boa sua comparação com a França pré- revolucionária! Parece que as forças reacionárias estão se reorganizando.Precisamos continuar de olho.
Quanto a "demora" na resposta, não tem problema nenhum, nem demorou, na verdade. Os meus dias também estão muito corridos e eu mal tenho conseguido tempo para para me dedicar ao Conversa de bar.
Obrigado pela foto. Quando ela for publicada no blog eu dou um toque pra você.
Valeu!
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