Pesquisa CNI\IBOPE: Serra cai, Dilma Sobe.
A Pesquisa CNI/IBOPE divulgada hoje, 17 de Março, confirma a tendência de queda para o principal candidato da oposição, José Serra, e de alta para a candidata da situação, Dilma Roussef. Lento, porém contínuo, o declínio de José Serra contrasta com o vigoroso crescimento de Dilma (como pode ser observado na tabela abaixo), principalmente se levado em conta que ela ainda é desconhecida de muitos eleitores. Serra, continua na frente, com 35% das intenções de voto, mas Dilma vem em seguida, com 30%, uma diferença de apenas 5%. E a campanha nem começou ainda, quer dizer, não oficialmente.
Diante dos resultados ruins a oposição tenta minimizar os dados, afinal, Serra ainda está na frente, mas as acusações contra a adversária, de que estaria fazendo campanha antes do prazo autorizado por lei, e com dinheiro público, refletem o desconforto de quem são sabe muito bem o que fazer, nem o que dizer. Pudera, mesmo com a enxurrada de propagandas institucionais do Governo de São Paulo, pagas com dinheiro público, sendo despejadas maciçamente em tvs, rádio, jornais e revistas e das notícias favoráveis divulgadas pela imprensa , José Serra continua caindo.
Enquanto Dilma Roussef só tem motivos para comemorar, a oposição, encabeçada pelo PSDB/DEM, tem diante de si nuvens de tempestade. Não bastasse a prisão e a cassação do Governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, do DEM, o Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, também do DEM e afiliado de José Serra, é alvo de uma série de denúncias por improbidade administrativa. Sem contar que a popularidade do prefeito derrete como gelo fora da geladeira.
Mas os problemas do PSDB não se resumem ao partido aliado. Dentro de casa o governador de São Paulo enfrenta uma greve de professores cuja adesão não para de crescer. A Assembléia da categoria, realizada no dia 12 de Março, se transformou numa das maiores manifestações contra um governo na História da Avenida Paulista. Ainda é cedo para saber, mas se a greve não perder força na próxima semana pode colocar Serra num beco sem saída. Se aceita as reivindicações _ mesmo que parte delas _ , ainda que evite um desgaste maior frente a opinão pública, reconhecerá a legitimidade da greve; por outro lado, se faz ouvidos moucos às reivindicações, corre o risco de passar a imagem de um candidato que não sabe negociar.
Mas os problemas do PSDB não se resumem ao partido aliado. Dentro de casa o governador de São Paulo enfrenta uma greve de professores cuja adesão não para de crescer. A Assembléia da categoria, realizada no dia 12 de Março, se transformou numa das maiores manifestações contra um governo na História da Avenida Paulista. Ainda é cedo para saber, mas se a greve não perder força na próxima semana pode colocar Serra num beco sem saída. Se aceita as reivindicações _ mesmo que parte delas _ , ainda que evite um desgaste maior frente a opinão pública, reconhecerá a legitimidade da greve; por outro lado, se faz ouvidos moucos às reivindicações, corre o risco de passar a imagem de um candidato que não sabe negociar.
As nuvens de tempestade que pairam sobre a oposição não devem se afastar tão cedo, mas só saberemos a intensidade dela quando forem divulgadas as próximas pesquisas.
5 comentários:
Edu,
As pesquisas demonstram um quadro natural no qual a gigantesca popularidade do Governo Lula é passada para sua sucessora na medida em que o eleitorado toma conhecimento de sua candidatura, mais especificamente, da natureza dela - assim como de que Ciro está com Lula (gerando transferência de votos dele para ela e não mais para Serra).
Não vejo nem uma implosão da candidatura Serra nem nada: Um ano antes das eleições, o que importa são as pesquisas nas quais o eleitorado avalia o governo em exercício, porque avaliação de intenção de voto nessa margem de tempo é um exercício de metafisíca fadado a distorções (até pelo fato de que é o eleitorado de oposição quem costuma estar mobilizado nessa altura do campeonato).
Agora, com as eleições delineadas, as coisas mudam e o cenário real se desenha (acho até que ele ainda não se desenhou na sua totalidade).
Só me irrita, no entanto, a o foco demasiado da mídia nas pesquisas eleitorais e não no debate programático, o que poucos meses das eleições acaba sendo sim um fator esvaziador do debate nacional - agora é também, mas numa gradação muito menor.
A briga aqui não será fácil, mas nada indica, à luz da ciência política, que o consenso que elegeu Lula em 2002 tenha sido quebrado para justificar uma troca de guarda - e no que concerne ao debate político em si, não sei se há um outro projeto que realmente merecesse substituir o atual.
um abraço
Isso, mesmo, Hugo!
Falta debate político. E falta, justamente, porque a oposião não tem um projeto alternativo ao que já está aí. A impressão que dá, é que tudo o que a oposição tem são os resultados das pesquisas, que colocam Serra na frente. Quando, ou se, elas deixarem de ser favoráveis, não restará muito em que ela se apoie.
Obrigado pelo comentário!
acho difícil ela não se eleger, a não ser por motivos de saúde...
Marquês,
O Crescimento de Dilma nas pesquisas demonstra que ela é uma candidata de peso, realmente com chances de vencer. Mas seu comentário me surpreendeu: "Acha difícil ela não se eleger?"
Tirando eventuais problemas de saúde, que ao que parece foram "resolvidos", gostaria de conhecer os motivos que o levam a ter essa (quase?) certeza.
Obrigado pelo comentário! Abraço!
o projeto da oposição,só eles sabem ! pois,se nós eleitores ficarmos sabendo realmente,eles não vencerão jamais!
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