O Dia do Rock
Texto editado às 22h07min
Saiba o leitor _ e a leitora _ que houve um tempo em que eu fui roqueiro, entre os 15 e os 19 anos. Bom tempos! Não era um roqueiro desses de se reconhecer de longe, mas freqüentava a Galeria do Rock, onde comprava minhas camisetas pretas, e até tentei deixar o cabelo crescer, mas nem a empresa onde trabalhava, menos ainda o meu pai, permitiram.
Ainda me lembro do primeiro show num salão garagem em Pinheiros. Sabe aquele trecho de Eduardo e Mônica, da Legião Urbana, “…Festa estranha com gente esquisita”? Quando o amigo que me levou (e aí, Sandro, beleza?) perguntou o que eu estava achando eu só conseguia responder: “Nossa!”, que na verdade queria dizer “Socorro”! Pode parecer estranho um monte de gente pulando e agitando a cabeça até quase ficar tonto, mas depois de entrar no clima é até divertido. Só era preciso cuidado para não chegar em casa cheio de hematomas por conta das múltiplas cotoveladas que vinham de todos os lados. O que mais me fascinava nesses shows eram os caras que se jogavam na multidão e eram levados pela galera como se estivessem nadando num mar de gente. Era incrível!
Acho que o que me atraiu no rock foi a sua natureza contestadora _ embora nem sempre fique claro o que exatamente se está contestando através dele. O próprio Dia do Rock é uma homenagem ao Live Aid, um show pelo fim da fome mundial realizado em 13 de Julho de 1985*.De certa forma vestir preto e ouvir determinadas bandas me tornava diferente dos demais e foi a forma que encontrei para externar minha rebeldia sem precisar ser rebelde de fato. Bastava incomodar os vizinhos com o som ligado no último volume.
Continuo gostando e ouvindo rock ainda hoje, camisetas pretas ainda são as minhas preferidas, mas já não me considero roqueiro faz muito tempo. De qualquer forma arrisco dizer que se ainda não me resignei de todo a esse sistema capitalista, opressor e manipulador foi porque o rock me salvou antes.
* Fonte: Wikipédia
4 comentários:
Olá, Edu
Parabéns pelo post e pelo dia rock, é realmente um dia a se comemorar.
Infelizmente não temos muito o que comemorar em relação ao rock nacional atual, é uma pena que os jovens tenha perdido essa veia contextadora que o rock trazia anteriormente.
Graças ao Deus do rock ainda podemos contar com o velho e bom Classic Rock e a kiss Fm para nos salvar. (Risos)
Abraços.
Valeu, Guilherme!
Ouço muito essas duas rádios, mas em termos musicais eu etou mais para meus CDs e Viníns com o Pop/Rock dos anos 80, nacional e internacional.
Para ser cinsero com você eu estou bem desatualizado com o que está rolando hoje e não sei o que a garotada de está curtindo. O pouco que eu já ouvi, como o NXZero, eu não gostei, mas deve ter bandas legais por aí.
Quanto a juventude atual não ser tão constestadora quanto as anteriores, eu não sei, há controvérsias. A verdade é que o mundo mudou muito, e o Brasil também. Acho que a galera do Hip Hop é bem engajada, sobretudo com relação as desiqualdades sociais, raciais e a violência resultante disso tudo. Qualquer dia eu te convido para assistir ao Sarau do Binho, onde se reune uma galera muito envolvida no movmento, que acontece aqui perto toda segunda feira. Acho que você vai gostar.
Abraços!
Bom eu já achei uma parada legal. das bandas de hoje..esse lance de tipo o Rock de antes era melhor, pra mim isso não faz sentido porque hoje é diferente , em relação ao NX ZERO bom eu sou fã dos caras desde antes do sucesso deles.o que eles querem passar está nas letras antigamente a maioria das letras de musica de Rock só era muito relacionado aos protestos. hoje está relacionado ao cotidiano o que a gente vive é difícil para quem não é dessa época de agora entender.. e claro.. mas existem os lados positivos dessas bandas também como o trabalho que recentemente eles fizeram no morro do Complexo do Alemão
deixo o clip http://www.youtube.com/watch?v=Tr7PAbRNV18
para vocês darem uma olhada. mas e´claro que também existiram ótimas bandas como a Legião Urbana e etc.
Abraços Edu ótimo post..
Valeu, Roberto!
É isso mesmo, cada época tem suas especificidades. E depois, gosto é gosto, né?
No meu tempo de adolescente, entre 1984 e 1993 _ um pouquinho mais, um pouquinho menos _ houve tanto a explosão do rock nacional quanto as ondas da música sertaneja, do pagade e do _ então chamado _ axé-music. A partir dos 90 o rap também foi ganhando força. Sem contar a música brega, que é um pouquinho disso tudo junto e que também foi muito forte nesse período.
Do que eu me lembro, apenas bandas de rock nacional (não todas) e uns poucos grupos do chamado axé-músic investiam em letras de protesto ou de crítica social. Pagodeiros, sertanejos e afins cantavam canções com letras que não se diferenciavam em nada das cantadas hoje, enclusive pelas bandas derock atuais. Nem todo jovem da minha época era politizado, como nem todo jovem de hoje é despolitizado. Acho que o hip hop de hoje tem um papel muito parecido com o rock dos anos 80 e início dos 90.
abraço!
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