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domingo, 21 de dezembro de 2008

Um Papai Noel Antropológico

É Natal. As cidades estão decoradas com Papai e Mamãe Noel, duendes, fadas, estrelas, renas, neve artificial e muitas, muitas luzinhas coloridas. São tantos elementos estranhos à cultura brasileira que não é muito difícil esquecer que o Natal é uma celebração cristã. Mas como esses elementos do paganismo nórdico foram adotados tão fortemente por um país tropical e católico como o nosso?

Claro que tem toda uma propaganda por trás disso, mas só ela não explicaria tudo. É o que diz Claude Lévi-Strauss em "O Suplício do Papai Noel". Para o antropólogo, Papai Noel foi incorporado ao sistema de crenças da sociedade contemporânea porque reúne em torno dele uma série de mitos universais que permitiriam ao homem encarar de frente _ e superar_ a morte. Estranho, né?

Os adultos se esforçariam para manter acesa nas crianças a crença no Papai Noel porque enquanto elas acreditarem nele permitirão aos adultos acreditarem na vida. O Bom Velhinho simbolizaria a morte, e faria a ponte entre o mundo dos adultos, com todos os seus medos, e o mundo das crianças, portadoras de vida e esperança. Os presentes funcionariam como sacrifícios, oferendas para garantir a vida. É por intermédio dele que chegam às crianças.

Tudo bem. Essa não é a imagem mais sedutora do Papai Noel. Um amigo diria que é muito baixo astral para véspera do natal. Talvez ele esteja certo, mas o Natal também é um momento de reflexão sobre a vida, então, porque não pensar a respeito?

Papai Noel,Lévi-Strauss

3 comentários:

Roberto l.Silva disse...

Na verdade as população pensa mas nas festa na bebedeiar na zueira, e não o verdadeiro significado do natala não é?

Eduardo disse...

É por aí, Roberto!
O Natal se tornou uma festa do consumo. Nada além. Tem toda uma mensagem de amor e fraternidade embutida nos anúncios natalinos, mas elas praticamente desaparecem, ofuscadas pelo apelo às compras de Natal. Ser é ter!

Anônimo disse...

Tudo isso é resultado do bombardeamento propagandístico em cima de nossas cabeças. Na minha opinião, não sobra nem a idéia cristã de natal, quanto menos de outros ritos mais antigos... Fica sendo apenas uma ação tradicional (weberiana): você vai e se reúne com a família, e troca presentes. Não deixa de ser legal, a bebedeira também é bacana, mas não tem nenhum significado para além disso...


Já as luzes... Me dão pavor. Claro, que isso é uma questão estética pessoal. Um amigo se divertiu comigo um mês inteiro, pois disse: ólha! Colocaram luzes de natal na praça do relógio (usp). Eu passei o mês sem olhar naquela direção (nem sei se as luzes estavam mesmo lá, mas eu preferi não deturpar a minha memória da praça...)

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