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sábado, 18 de abril de 2009

E a Ficha Também é Falsa…

A capacidade de parte da imprensa brasileira em “construir” fatos parece não ter limites. Depois de acompanhar aqui o protesto do jornalista Antônio Roberto Espinosa, que afirma ter sido usado pelo Jornal Folha de S. Paulo para denegrir a imagem da atual Ministra Dilma Rousseff em uma reportagem baseada numa entrevista sua ao jornal e que teria sido vergonhosamente distorcida, acabo de ler no Blog do Mello que também a ficha policial reproduzida na reportagem, na qual Dilma Rousseff é qualificada como terrorista, seria falsa. Essa informação teria partido da própria Ministra.

“(…) "A ficha é falsa, é uma montagem. (...) Estou, atualmente, numa discussão, tentando ver com a Folha de S.Paulo de onde eles tiraram aquela ficha, porque até agora ela não está em nenhum dos arquivos que pelo menos nós olhamos. Então, ela não é produto nem daquela época, ela é produto recente, manipulado, de órgãos ou de interesses escusos daqueles que praticaram esses atos no passado", disse a ministra em entrevista à radio Itatiaia, de Belo Horizonte.”

O jornal Folha de S. Paulo disse que esta investigando a origem e a veracidade da suposta ficha e assim que tiver o resultado ele será publicado. Mas por que não fizeram isso antes?

3 comentários:

Hugo Albuquerque disse...

Eduardo,

Como eu coloquei na minha postagem sobre a cobertura que a Caros Amigos fez sobre a Ditabranda, fui em umas três aulas do Arbex na Faculdade de Comunicação da PUC como observador. Nelas, ele debateu a questão dos porquês e comos a Folha publicou esse editorial. Dei meu pitaco: Ou foi saudosismo ou é projeto e se fosse para escolher entre um outro, diria que é projeto, afinal de contas, ninguém costuma usar linguagem política para mudar o passado...A cada novo passo do referido jornal, eu fico mais amedrontado sobre o que eu disse. A Folha tem um projeto político claro - apesar de nega-lo -, tem força - por ora, publicações impressas ainda têm esse poder - e a cada dia demonstra um radicalismo maior. É uma concatenação de acontecimentos, ditabranda, factóide da Dilma. É lamentável - e eu temo que as coisas só estejam começando...

Eduardo Prado disse...

Hugo,

Eu também acho que é apenas o começo. Como você já havia colocado em outro post, ou comentário, não me lembro, a coisa deve ficar feia mesma em 2010, quando a campanha eleitoral começar pra valer. Mas tem um porém aí. Se a Folha se expor muito, como parece que vem fazendo, talvez o tiro até saia pela culatra, ou quem sabe, antes disso, o jornal adote uma linha mais moderada para tentar manter um pouco da credibilidade que ainda lhe resta. Não seria nada bom para a Folha que ela fique reduzida a um nicho específico de leitores mais conservadores, como está acontecendo com a Revista Veja. Cada vez mais ele escreve pare este público e por isso mesmo tende a ser, a cada semana, mais e mais reacionária. É um circulo desvirtuoso que tende a se aprofundar e a transformar a Veja numa revista velha. Será que esse será, também, o futuro da Folha?

Hugo Albuquerque disse...

Eduardo,

Sem embargo, esse é um risco que a Folha corre. O problema é que enquanto o velho Frias administrava o jornal, ele sabia antever com esperteza os ventos da política nacional e sabia como ninguém compor nos momentos em que a correlação de forças políticas mudava. Otavinho, não. Ele é tão sutil quanto um elefante. Apostou todas as fichas na queda de Lula em 2006 e depois em sua derrota eleitoral, as queimou a língua e desde então vem empreendendo uma estratégia desesperada para modificar o quadro. O velho Frias jamais faria isso. Os resultados dessa política editorial serão sim, como você destacou acertadamente, a redução do universo de leitores do jornal a um nicho pouco sofisticado e rancoroso da direita. Otavinho está fazendo - e continuará fazendo - de tudo para eleger Serra, mas isso é de um amadorismo sensacional: Se Dilma se eleger, o jornal terá cometido suicídio político, se Serra ganhar ficará dependente de que ele faça um bom governo - levando em conta que a sombra de Lula estará pairando sobre qualquer um que assuma a presidência, isso não será fácil. A Folha e a Veja apostaram todas as fichas e a partir daí tudo é possível.

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