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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Dia Mundial do Livro

livros 1

*Este post foi escrito no dia 23, nas uma queda de energia que durou horas impediu que fosse publicado na data. Aqui vai ele:

23 de Abril é o Dia Mundial do Livro, uma homenagem da ONU a Miguel de Cervantes, o  autor do Dom Quixote de la Mancha. O Brasil também celebra o livro em datas especiais: dia 29 de Outubro é o Dia Nacional do Livro; 27 de fevereiro o dia Nacional do Livro Didático e 18 de Abril, aniversário de Monteiro Lobato nascido em 1882, o Dia Nacional do Livro Infantil. É dele a frase: “Um país se faz com homens e livros”. 
Dele também quase foi o primeiro livro que li na vida, ainda na primeira série. O livro veio parar em minhas mãos numa seleção para leitura da escola. Eu estava de olho em outro, mas alguém foi mais rápido  e eu acabei  levando “O Saci” para casa, satisfeito até, porque adorava o Sítio do Pica Pau Amarelo. Infelizmente não foi um bom primeiro contato, mal consegui ir além das figuras. Por sorte a professora guardava uma adaptação para crianças de “A Menina e o Vento”. E este sim, foi meu primeiro livro. Não escondo que fiquei constrangido por ficar com um livro de meninas, mas é incrível como ainda me lembro da história e das ilustrações. E já se passaram quase trinta anos!

Hoje posso dizer que fui um privilegiado. Muitos da minha geração não tiveram a mesma oportunidade. A escola pública em que estudei ainda guardava um pouco da qualidade de outros tempos, mas ainda não era para todos. Hoje é, mas o descaso do poder público e da própria sociedade com a educação dos mais pobres produziu um sistema de ensino que não cumpre, como deveria, sua função como formadora de cidadãos e de leitores. Segundo dados do Inaf _  Indicador de Alfabetismo Funcional _ em 2009 apenas um  de cada três brasileiros entre 15 e 34 estava plenamente alfabetizado e este índice diminui progressivamente na medida em que se avança na faixa etária. O resultado é que lemos muito pouco, em média 1,8 livros por habitante/ano, incluindo os didáticos, enquanto europeus e norte-americanos lêem entre 5 e 6 livros por ano.
O preço do livro também atrapalha. Em 2004 o governo Lula tomou a iniciativa de eliminar os impostos que incidem sobre ele, mas os resultados ficaram aquém do esperado. Cresceu o número de editoras que investem em formatos mais em conta, como os pockets, a variedade de títulos também cresceu, mas no geral o livro ainda é muito caro para os padrões brasileiros. Tem crescido também a quantidade de sebos, que oferecem livros usados, por isso mais baratos, mas esta é uma opção real em apenas algumas cidades. As bibliotecas públicas poderiam ser uma alternativa, mas são tão poucas, mesmo numa cidade com o porte de São Paulo, que o número delas chega a ser ridículo.
O MEC, com o apoio de entidades particulares, vai aproveitar as comemorações de hoje para  o lançamento  de programas de incentivo a leitura. Isso é muito bom. Mas se não houver pesados investimentos na educação básica, na formação do aluno e do professor, continuaremos a ser um país de poucos leitores.

2 comentários:

Guilherme Diogo Rodrigues disse...

Olá, Edu

Estava aqui pensando sobre o dia do livro, ele é tão pouco celebrado pela grande midia. Mas era de se esperar, o povo ignorante e sem a leitura é mais facil de maninupular. A primeira coisa que os nazistas fizeram ao dominar a frança, foi queimar os livros.
O jeito é abrir os olhos dos jovens para a importancia da leitura.
Maria Quintana dizia, "Livros não mudam o mundo, pessoas mudam o mundo, livro só mudam pessoas."

Abraço!

Eduardo Prado disse...

Guilherme,

Adorei a frase! Lembrei de um documentário chamado "Olhos Azuis". Tem no Youtube, vale a pena ver. Um aprofessora primária teve sua vida transformada depois de ler um livro sobre Menguele (aquele médico nazista que se refugiou no Brasil). Sua missão a partir daí foi transformar outras pessoas. Num trecho do documentário um homem, depois de participar de um workshop com ela disse que mesmo percebendo que as coisas estão erradas não acreditaria que ele sozinho pudesse mudar alguma coisa. A resposta dela foram duas perguntas: "Eu mudei alguma coisa em você? Sim? E quantas pessoas você acha que eu sou?

Valeu pelos comentários!

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