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sábado, 1 de maio de 2010

Dia do Trabalho: Entre o Passado e o Futuro

Operários Tarsília do Amaral
Quando eu comecei a trabalhar, lá pelos idos de 1988, eram comuns artigos de jornais e revistas que pintavam um futuro cor de rosa para os trabalhadores. Naquela época _ e nem faz tanto tempo assim _ havia quem acreditasse que o desenvolvimento de novas tecnologias permitiria ao homem trabalhar menos e dedicar mais tempo a educação, a cultura e ao lazer, seja sozinho, entre amigos ou em família. Eu ainda cursava a 8ª série do antigo 1º grau e torcia para que esse futuro chegasse logo.
Mas os anos seguintes não foram nada cor de rosa. Operários robôs assombravam as linhas de produção no início dos anos 90 e os trabalhadores  passariam a trabalhar cada vez mais e a ganhar cada vez menos para não serem substituídos pelas máquinas. O capitalismo parecia ter esgotado sua capacidade de gerar novos empregos, mas as alternativas a ele desapareceram com o desmoronamento da União Soviética. A globalização deslocava os empregos existentes para onde a mão de obra era mais barata e menos protegida enquanto a classe trabalhadora se desorganizava os sindicatos perdiam força. O futuro do trabalho parecia cada vez mais sombrio. Não por muito tempo.

Em 1995 o mundo começava a assistir ao boom da Internet e novas oportunidades de trabalho voltaram a animar os mais jovens. Aos poucos a Europa ocidental superava a grave crise no emprego que persistia desde o fim dos anos oitenta e os EUA viviam uma situação de quase pleno-emprego.  A economia mundial parecia prestes a entrar em uma nova era de prosperidade. Nova, mas com um quê de velha. O Liberalismo triunfava, agora sob uma neo roupagem, e os direitos trabalhistas eram eleitos como os vilões do emprego. Seria só desregulamentar a economia e flexibilizar os contratos de trabalho que o mercado daria conta do resto. Para os trabalhadores de países vulneráveis como o Brasil foi uma tragédia. Todos os ajustes realizados na economia causavam mais desemprego. Cortar, cortar e cortar era o mantra dos governos que inclusive financiavam as demissões no setor privado com verbas públicas. Nos países em que a economia apresentava forte crescimento essa fórmula pareceu funcionar durante algum tempo, mas a crise dos mercados em 2008 mostrou que foi um grande erro apostar tudo no mercado. O desemprego voltou, agora sem as garantias sociais de outros tempos.
No Brasil a crise do neoliberalismo provocou uma “virada” na política econômica do Governo Lula, que já havia revisto muito das políticas neoliberais de Fernando Henrique.  Graças a isso a crise mundial foi menos sentida por aqui. A economia se recuperou, o desemprego diminuiu e a renda salarial cresceu. A Copa de 2014, as Olimpíadas de 2016 e o Pré-Sal podem ser a grande oportunidade que o país precisava para finalmente se tornar mais justo e menos desigual. Mas para que a prosperidade econômica seja aproveitada por todos e não apenas por alguns, como sempre aconteceu em nossa história, é preciso que os trabalhadores sejam agentes ativos nessa transformação. As perspectivas são boas, mas nada está garantido. O futuro do trabalho continua sendo incerto, como sempre foi.
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