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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Destruição

Antes e Depois

O rio Paraitinga aos poucos retorna ao seu leito natural deixando para traz uma paisagem de destruição. Olhando as duas fotos acima é difícil acreditar que  são do mesmo lugar. A foto do alto foi tirada em 2006, durante minha passagem pela cidade. Nela pode-se ver a praça da Igreja Matriz e o casario do século XIX que a cerca. É possível ainda ver um filete do rio Paraitinga ao fundo à direita, entre a vegetação e os telhados dos casarões. Abaixo a imagem da mesma praça registrada pelo helicóptero de  uma emissora de TV. Onde antes se erguia o imponte conjunto arquitetônico formado pela Igreja e os sobrados dos tempos do café, agora há só escombros.
São Luiz do Paraitinga perdeu 80% do Centro Histórico. Algumas construções que resistiram a força das águas estão condenadas, pois a maioria é construída em taipa, ou seja, de barro; É o caso do sobrado amarelo, assinalado com um X vermelho, que pode ser visto nas duas fotos. Diante dele a praça em ruinas.
Ainda é cedo para saber o que pode ser recuperado e como esse trabalho poderá ser feito. A julgar pelos primeiros pronunciamentos da prefeita de São Luiz e do governador José Serra, ambos do PSDB, a idéia é reconstruir a cidade da mesma maneira como ele era antes. Esse parece ser o desejo dos luizenses. E meu também.  Que assim seja.

São Luiz do Paraitinga Pede Socorro
São Luiz do Paraitinga Pede Socorro II

1 Comentário:

Arq. Paulo Ortiz disse...

Conheça um pouco mais sobre a técnica construtiva com terra para fazer essa afirmação:
"São Luiz do Paraitinga perdeu 80% do Centro Histórico. Algumas construções que resistiram a força das águas estão condenadas, pois a maioria é construída em taipa, ou seja, de barro;"
Estive lá e via escombros de toda sorte de técnicas e materiais construtivos, como o concreto e tijolos do edifício da biblioteca, por exemplo.
Não é uma questão só da técnica construtiva - à que viramos as costas - mas, porque a quem competia preservar simplesmente não conseguiu mobilizar os recursos necessários em tempo. Porque o assunto não rendia, como agora está e vai continuar a render dividendos.
Será que sempre será preciso se perder as coisas (no caso lastimável, a perda de testemunhos de nossa cultura material da técnica construtiva com terra) para, por um breve instante nos sensibilizarmos. Para logo a seguir nos acomodarmos novamente.
Estive 3 anos em São Luiz do Paraitinga, fazendo a consolidação e conservação da Casa do Dr. Oswaldo Cruz (que felizmente não ruiu, mas que ainda precisa de muitos cuidados, principalmente no restauro da cobertura original e da remoção das cargas de tijolos sobre as taipas originais da parte do corpo principal do edifício, que alterou a geometria dessa parte da cobertura - antes que venha a ruir também).
A parte de auditório - nossa sala de aulas até 2008 teve a cobertura revisada por nossos alunos e, onde não há mais infiltração de umidade descendente.
Se quiser saber o que fazemos com as técnicas construtivas com terra (e pesquisas com outros materiais) no CEPA visite o blog:
www.ocepaeaarquiteturaemterra.blogspot.com
ou o site: www.cepa.tur.br
Mais uma observação, estamos assistindo, infelizmente, perdas irreparáveis de vidas neste início de ano em todo centro sul onde as técnicas construtivas não são em terra.
No referido blog falo do modelo vencido de ocupação do solo.
Abraços
Arq. Paulo Ortiz

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